Hoje, amanheci com uma
tela em branco na alma. Respirei o novo dia, apagando da minha mente o que
ontem alterou o espírito e prejudicou o coração. Fechei os olhos e me vi
caminhando em um caminho tranquilo, sem muros, edifícios, portas e janelas; sem
nada que pudesse atrapalhar a visão do perdão que ofereci sentindo que Deus
também perdoaria qualquer ofensa oferecida a mim.
Ao ver a tela em branco
tratei de imaginar o que poderia colocar ali. Aí resolvi colocar o olhar,
as amizades sinceras, os laços afetivos que são verdadeiros, os dias que chegam
para que eu insista até onde puder e resolva de vez as pendências que ainda
persistem em acumular sujeira emocional em mim.
Senti uma grande
necessidade de agradecer, porque eu sei que Deus é generoso comigo e sempre me
oferta o que preciso, nas horas mais difíceis!
Assim como nos momentos
em que me desligo e deixo o espírito mais suave transparecendo o sorriso que
brota de pequenas coisas mágicas que alegram feito música, o coração.
Por que eu deveria jogar
a toalha, se eu ainda não terminei o que preciso? Por que deveria me ajoelhar
aos pés de alguém, mendigando atenção, se eu posso oferecer muito mais que isso
a quem está tão próximo e não me trata de um jeito desumano?
Hoje, ao amanhecer, mais
uma vez inspirei e expirei aquela mágoa que se apossou do peito, desejei o bem
a qualquer um que não consiga relevar ou se aproximar dos bons sentimentos.
Os revezes da vida são
sentenças que o tempo oferece. Ninguém está livre disso. Por isso eu continuo
acreditando na forma de conciliar a paz, nem que seja a minha paz.
Porque eu preciso dela,
por mais que as tempestades derrubem meu alicerce e boa parte de mim. O
reconstruir, às vezes, é tão importante quanto colar cacos ou se transformar em
algum remendo temporário.
Hoje, ao sentir
que eu poderia simplesmente me deixar tocar pelos bons pensamentos e afastar as
coisas que tentam me adoecer, optei em abrir novamente minha caixa de esperança
e absorver o que vem dali.
Já se foi o tempo em que
eu me culpava pelos erros dos outros, ou tentava sempre contornar o que não tinha
mais jeito. Faço meus apelos internos, abraço o novo dia, mesmo sabendo
que nem tudo é tão simples.
Mas com a graça do alto,
com as minhas preces, com a força que me leva pra frente, eu sinto que minha
tela ganha vida nova, a cada vez que eu acredito em mim e me multiplico em
Deus.
Então, se você passa por
algum período em que acha que não haverá solução, confie. Confie Naquele que
não desampara ninguém.
De repente essa tela se
abre e você decide colocar ali tudo que você merece. Começando pela sua felicidade,
pelo seu bem estar, pelo seu amor próprio e por tudo aquilo que você precisa
amar e, com certeza, de bom receber.
Sil Guidorizzi
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