
Mães que trabalham fora


A American Psycological Association elaborou um
estudo que concluiu que mães que trabalham em período integral são mais felizes
e saudáveis do que as que não trabalham.
Com base nesse estudo, o site Your Tango listou os
principais benéficos que uma mãe pode trazer para ela mesma e para sua família quando
trabalha fora:

1. Realização pessoal
Após a maternidade, é normal que a maioria das
mulheres deixe paixões, talentos e objetivos de lado. No entanto, essa atitude
pode fazer com que ela se sinta insatisfeita e até ressentida.
2. Controle financeiro
Por também contribuir financeiramente para o
funcionamento da casa, a mãe que trabalha não fica dependente apenas dos ganhos
do marido. Além disso, o fato de ter um salário e participar da vida
financeira da família faz a mulher se sentir confiante, apta a tomar decisões
sobre dinheiro e acaba com a culpa por estar gastando os ganhos de outra
pessoa.
3. Identidade própria
Ser mãe não deve fazer com que as mulheres
abandonem suas identidades próprias, mas é comum que isso aconteça. Trabalhar
fora permite e até exige que ela mantenha sua identidade. Essa atitude é
importante até para a criança que, conforme cresce descobre que é um ser humano
independente da mãe. Além disso, mulheres que não têm sua própria
identidade podem encontrar problemas na hora de deixar seus filhos crescerem e
serem independentes.

4. Vida social
Mesmo que ser mãe signifique ter dias cheios e uma
companhia constante, muitas mulheres se sentem sozinhas e isoladas. Afinal, a
maternidade traz muitas mudanças e manter o contato com amigos se torna um
verdadeiro desafio. Trabalhar em tempo integral garante que a mulher tenha a
oportunidade de construir e manter conexões sociais com adultos. Pode
parecer simples, mas, para algumas mães, essa atitude ajuda a mantê-las sãs.
5. Independência
Ter um emprego pode fazer com que a mulher se sinta
no controle de sua vida. Ao mesmo tempo em que valoriza a contribuição do
marido, ela sabe que não depende dele para viver. E essa sensação de
auto-suficiência é importante para a autoestima de uma mãe.
6. Pai e marido mais dedicado
Uma das maiores vantagens de trabalhar fora é que a
ausência da mulher em alguns momentos vai ajudar o homem a se tornar um pai e
marido mais dedicado. Com a jornada dupla da mãe, o pai participa mais da
rotina da criança e cria novos vínculos com os filhos.
7. Exemplo para os filhos
Trabalhar fora dá às mulheres a oportunidade de ser
um exemplo completo para seus filhos, afinal a mãe pode ensiná-los muito sobre
prioridades, decisões e sacrifícios. Filhos de mães que trabalham em tempo
integral aprendem mais cedo que há recompensas para quem trabalha duro, como
férias em família, melhores estudos, prática de esportes e outras atividades,
entre outros benefícios.
Selecionei algumas dicas de
organização e planejamento para as mães que trabalham fora baseadas no livro “Working
Mom 411” de Michelle LaRowe:
ACEITE SUA ESCOLHA
Mulheres
constantemente ficam divididas entre ir ao trabalho e ficar em casa com os
filhos pequenos. Uma pesquisa realizada em 2009 revelou que tanto homens quanto
mulheres concordam que mulheres que trabalham em tempo integral não são a
melhor escolha para as crianças pequenas. Mais de 50% das mães acreditam que um
emprego em meio período pudesse ser melhor para os filhos.
Esta
sensação pode levar à culpa quando a mulher trabalha em tempo integral, afirma
LaRowe. “Só porque ela se sente culpada não quer dizer que é culpada de alguma
coisa”, diz. De acordo com a autora, a melhor escolha para as mães é aceitar a
sua escolha de trabalhar e cuidar da família: “Se você sabe que fez a melhor
escolha para a sua família, isso é tudo que importa”.
CRIE LIMITES FLEXÍVEIS
Muitas
vezes quando um filho está doente, a mãe tem menos tempo para o trabalho, e
quando há muito trabalho, tem menos tempo para a família. Embora esse jogo
funcione bem, Matthews não recomenda que os limites entre trabalho e família
sejam quebrados, e sim flexibilizados. “Minha recomendação é se concentrar em
uma coisa”, diz o psicólogo. Isso não significa, entretanto, que a mãe tenha
que colocar uma parede entre a família e o trabalho.
Para
mães que têm escritórios em casa, por exemplo, é bom explicar à família que
naquele momento ela estará ocupada e não poderá ficar disponível para resolver
qualquer problema. Do mesmo modo, mães que trabalham fora de casa devem ter
pulso firme e explicar aos chefes que, embora possa ficar até mais tarde no
trabalho em alguns dias, em outros tem que ter tempo para buscar os filhos na
escola, por exemplo.
PEÇA AJUDA
“Encontre
pessoas, lugares e coisas na sua comunidade que ajudem e que possam facilitar a
sua vida, para que você possa ter mais tempo livre durante o dia”, sugere
LaRowe. Entretanto, é importante que essas pessoas sejam de confiança e não
sejam em grande número. De acordo com o psicólogo Russell Matthews, a dica pode
se virar contra a mãe trabalhadora: “Quanto maior é a sua rede social, mais
pessoas podem contar com a sua ajuda também”, diz.
De
acordo com LaRowe, babás e creches não são as únicas opções para cuidar dos
pequenos. É possível dividir os cuidados com os filhos, com outra mãe, ou ter a
ajuda de amigos ou familiares enquanto o filho não está na creche. É comum que
as mães não peçam ajuda aos parceiros, mas dividir o tempo usado para cuidar
dos filhos com o marido ou parceiro é o modo mais confiável para cuidar das
crianças.

CUIDE DE VOCÊ
“Quando
você se envolve demais com o trabalho ou a família, a primeira coisa que você
faz é parar de tirar tempo para se cuidar”, afirma Matthews. O psicólogo
recomenda que as mães arranjem tempo para fazer um hobby, atividade física ou
cursos que dêem prazer e sejam relaxantes. Entretanto, o especialista admite
que arranjar tempo para isso é difícil. Segundo ele, é nesta hora que deve
entrar a ajuda para a mãe: pedindo para um amigo ou familiar buscar o filho na
escola já ajuda a dar um tempo para a mãe relaxar.
COLOQUE AS CRIANÇAS PARA DORMIR
CEDO
LaRowe sugere que as crianças durmam até, no
máximo, oito da noite. Além de dar tempo suficiente para uma noite de sono
saudável, o horário permite que os pais tenham tempo sozinhos.
Além
disso, a psicóloga Maria Tereza Maldonado e Juliana Sampaio (livro Diário
Mothern da Gravidez) esclarecem alguns passos para ajudar a mãe-profissional a dar conta, sem estresse, de todos os
seus compromissos:
DESCENTRALIZE
AS RESPONSABILIDADES
O lema é "se a casa
é de todos, todos devem participar". Isso mesmo! Já foi o tempo em que a
mulher cuidava de tudo sozinha. Agora, com a mulher com força total no mercado
de trabalho, o homem e os filhos devem fazer a sua parte. E nada de vir com
aquele papo de que o marido dá uma ajudinha. "O homem precisa ser co-responsável.
As crianças fazem parte de uma família e de uma sociedade. Por isso, o cuidado
com elas não é e não deve ser uma obrigação só da mãe. É preciso aprender a
cobrar isso das outras partes, como o pai, os outros familiares, a escola, o
governo".
FAÇA
UMA REVISÃO SOBRE O COTIDIANO DA FAMÍLIA
Agenda lotada faz parte
do ritmo da vida moderna, ao qual acabamos tendo de nos adaptar. Uma boa
solução para isso é cada família revisar o seu cotidiano, de forma que todas as
pessoas da casa dêem conta de seus afazeres e mantenham uma boa convivência.
Como podemos aproveitar o tempo que passamos juntos? Como podemos conviver da
melhor forma possível com o tempo de que dispomos? E essas respostas não podem
ser determinadas apenas pela mulher. "É importante que todas as pessoas da
família possam ter boas ideias para atingir tais objetivos", sugere
Maldonado. Converse com marido e filhos e façam combinações interessantes para
todos, sempre visando tirar o máximo proveito dos momentos em que estão juntos.
Família reunida toda noite para o jantar? Televisão somente na sala? Computador
na área comum da casa? As decisões devem combinar com o estilo de cada família,
mas é interessante pensar sobre elas.

USE
MAIS A INTERNET
Se a Internet facilita
tantas tarefas, por que não pode facilitar a vida da mãe trabalhadora? Pois
pode, e deve! Pais e filhos podem se comunicar por e-mail e por programas de
mensagens instantâneas ao longo do dia, a fim de manterem um diálogo constante
e elevarem a qualidade da relação. "A mulher que dispõe de Internet no
ambiente de trabalho pode aproveitar a ferramenta para monitorar o filho,
instruí-lo, tirar dúvidas da lição de casa. É uma forma de estar
presente", acredita Maria Tereza Maldonado.
TENHA
UM BOM ACORDO COM A EMPRESA EM QUE TRABALHA
Não adianta negar. A
mulher que tem filho, mesmo dividindo responsabilidades com o marido, vez ou
outra terá de se ausentar do trabalho por algumas horinhas para ir às reuniões
de pais, a alguma apresentação do filho, ou ainda no caso de alguma doença ou outro
problema. Faz parte da vida de qualquer pessoa e muitas empresas estão
conscientes disso. O importante é você se certificar de que este é o perfil de
sua empresa. Há flexibilidade de horários? É possível compensar o horário ao
longo da semana caso você precise chegar um dia mais tarde? "Felizmente,
muitas empresas estão mais preocupadas com a boa qualidade de vida familiar de
seus colaboradores", comenta Maldonado.
FAÇA
DO PRAZER PELO ESTUDO UMA REALIDADE DA CASA
Isso vai ajudá-la a ter
de cobrar menos dos seus filhos que ele estude, faça as tarefas, ou seja, você
vai poder ficar menos na cola dele e vai usar esse tempo para outras coisas.
"Se a criança crescer em um ambiente onde o prazer pela leitura, pelo
perguntar e pesquisar é constante, provavelmente não vai precisar de um adulto
no pé para fazer as tarefas da escola", comenta Juliana Sampaio. Procure
mostrar como descobrir coisas novas sobre o mundo que nos cerca é acima de tudo
prazeroso e enriquecedor. Isso se faz no dia a dia, nas situações mais
corriqueiras, e também por meio de exemplos.
CUIDE-SE
"Muitas vezes a
gente se esforça tanto para ser uma boa mãe, que acaba esquecendo que bom mesmo
é ter uma mãe feliz e saudável", observa Juliana Sampaio, uma das autoras
do blog Mothern. E ela está certíssima. Para conseguir desempenhar todas as
suas funções, de mãe, profissional, mulher, você precisar ter saúde e estar em
paz consigo mesma. Por isso, cuide-se! Alimente-se bem, faça exercícios, cuide
de sua aparência. O seu estado de espírito e a maneira como se sente poderá se
refletir nas suas muitas outras atividades.
DÊ
AUTONOMIA AOS FILHOS
Uma coisa não vai mudar
nunca: crianças precisam de proteção, carinho, atenção e muitos cuidados. Mas
isso não quer dizer que elas sejam totalmente dependentes dos pais (tampouco da
mãe). "As crianças são mais capazes do que a gente imagina. Basta abrir uma
conversa clara com elas para se perceber o potencial que têm para ser
aproveitado", defende Maria Tereza Maldonado. Segundo a psicóloga e
escritora, as crianças estão mais atentas e mais inseridas no mundo do que em
outras gerações, quando não tinham contato com conversas de adultos, com
noticiários e com tudo que a Internet e a televisão oferecem. Assim, procure
escutar mais o que seu filho tem a dizer, dê a ele liberdade para resolver suas
coisas, valorize as suas ideias, e veja como isso vai refletir positivamente
também no seu dia a dia.
MANTENHA
A CALMA
"Não se culpe
tanto, não se estresse tanto, não enlouqueça". Esta é uma das dicas de
Juliana Sampaio para a mãe que trabalha fora. E que dica! Cobrar-se demais não
leva a lugar nenhum, só a um nível de estresse que é prejudicial para a sua
saúde e para as suas relações, sejam elas familiares ou profissionais. Procure
resolver uma coisa por vez, e não ache que você tem de ser melhor em tudo.
APROVEITE
OS FINAIS DE SEMANA
Nada de levar trabalho
para casa sempre. Procure não desperdiçar as poucas horas de folga que você
passa ao lado de seu filho. Nesses momentos, conversem, troquem afeto, leiam,
passeiem, interajam, assistam a um bom filme, enfim, garanta a atenção que ele
merece receber e que você gostaria de poder dar durante outros dias da semana,
mas que nem sempre é possível.
TENHA
SEMPRE PESSOAS DA SUA CONFIANÇA POR PERTO
Não se trata de delegar
para terceiros a Educação do seu filho, mas sim de saber que pessoas
responsáveis e preparadas estão cuidando dele enquanto você e seu marido
trabalham. Tenha certeza de que o colégio em que ele estuda tem bons
profissionais e pessoal suficiente para cuidar de todas as crianças. Antes de
matriculá-lo, visite a escola quantas vezes for necessário, até se sentir
segura. Relacionar-se bem com vizinhos também pode ajudá-la num momento de
apuro, como ficar presa até mais tarde no trabalho e ter de pedir para alguém
buscar o seu filho na escola. Procure conhecer também os pais dos coleguinhas
de seu filho. Certamente, vocês vivem situações parecidas e podem montar
esquemas em que um ajuda o outro.
Mães que trabalham fora são mais
felizes
Um grupo de pesquisadores do Science
Daily entrevistou
1,364 mães durante um período de 10 anos, e concluiu que as que trabalham fora
são mais felizes e mais saudáveis do que as que ficam em casa.
Diz a pesquisa que o trabalho auxilia a mulher na
construção da sua identidade, na sua realização pessoal, e que proporciona uma
série de experiências que a maternidade não traz.
Ainda não sou mãe, mas acho que essa pesquisa faz
certo sentido. Imagino que cuidar de uma criança e de uma casa em tempo
integral não deva ser uma tarefa fácil. Aliás, dependendo da profissão, a
maternidade pode ser bem mais estressante do que aguentar um chefe ou uma
rotina de trabalho. Às vezes tenho a impressão de que, além de financeiramente
necessário, trabalhar se tornou uma saída para evitar, nem que seja por meio
período, as agruras da maternidade 24h por dia.
Não vejo problema nenhum em ter filhos e seguir com
a própria vida e carreira, acho mais do que justo e saudável (e é o que
pretendo fazer num futuro distante quando tiver filhos). Mas uma coisa tem me
chamado a atenção. Hoje, quando uma mulher resolve abandonar a carreira para
cuidar dos filhos, logo é julgada com comentários maldosos e olhares de
superioridade do tipo “Ah, mas você só cuida da casa?”. Como se a dedicação
integral aos filhos não merecesse valor e respeito.
Trabalhar, ser mãe, andar bem vestida e ser magra
são regras, e parece que quem não se encaixa nelas é automaticamente uma pessoa
estranha e fracassada. Quanta bobagem. A pesquisa diz que mães que trabalham
fora são mais felizes, e talvez essa seja mesmo a verdade para a maioria das
mulheres. A maioria, mas não todas elas.
Não vejo problema nenhum em quem escolhe pra vida
se dedicar aos filhos. Não acho que essas mulheres mereçam os olhares de “Você
é uma fracassada” que invariavelmente recebem. É apenas uma escolha, como
tantas outras, onde o “certo” e o “errado” são relativos.

As crianças se saem melhor quando as mães trabalham fora, conclui
pesquisa.
Segundo conclusões de estudo realizadas pelo UK
Millenium Cohort Study, trabalhar fora não impõe danos sociais ou emocionais
significativos para as crianças mais novas. Ao contrário disso, as crianças se
saem melhor quando pai e mãe trabalham fora e moram ambos junto com os filhos.
Anne McMunn, a principal pesquisadora, revelou em
um boletim do Economic and Social Research Council que "alguns estudos têm
sugerido que trabalhar ou não no primeiro ano de vida de uma criança pode ser
particularmente importante para o desenvolvimento dela mais tarde. Neste estudo
nós não vimos qualquer evidência de uma influência prejudicial sobre o comportamento
da criança em longo prazo".
Os resultados do estudo sugerem que as mães que
trabalham são diferentes das mães em tempo integral em vários níveis. Por
exemplo, Anne observou que mães com um emprego remunerado são mais propensas a
serem mais qualificadas academicamente, mais ricas e menos deprimidas.
As formas de influência de uma mãe que trabalha
fora sobre o desenvolvimento de seus filhos estão mais ligadas ao gênero da
prole. As meninas parecem ser mais afetadas pelos padrões de trabalho da mãe que
os meninos.
Na observação de dificuldades comportamentais por
volta dos cinco anos, os meninos se saíram melhor que as meninas nas famílias
em que só o pai trabalhava fora, com a mãe presente em tempo integral dentro de
casa.
No cenário oposto, quando apenas a mãe era o arrimo
da família (comparado a famílias com renda composta), as meninas apresentaram
resultados melhores.
No entanto, o estudo reforçou as evidências
anteriores de que problemas comportamentais por volta dos cinco anos aparecem
com mais frequência nas famílias em que ambos os pais estão desempregados.
Como escolher entre ser mãe ou profissional? Podemos conciliar os dois papéis?
Para saber o que sentem e desejam, a Revista CRESCER fez uma pesquisa
pela internet com mais de 5 mil mães que trabalham, acompanhou a rotina de três
famílias e entrevistou outras dezenas de mulheres, além de pais, especialistas,
empresários e os ministros do Trabalho, Carlos Lupi; da Previdência Social,
Garibaldi Alves Filho; e a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. A
discussão parece antiga, mas está mais do que viva no universo feminino. As
questões é que agora são outras: você sabe que pode se dedicar às duas coisas,
só quer maneiras de fazer o seu dia a dia mais leve e deixar a culpa de lado.
Entendemos melhor a realidade atual, como chegamos nela e o que precisa ser
feito para que esse conflito seja mais bem resolvido. O resultado você confere
nesta reportagem especial e no material exclusivo que preparamos na internet e
no iPad.
A apresentadora Angélica ficou apenas dois meses
de licença-maternidade e, apesar de poder levar Joaquim para amamentar e de ser
uma mãe que trabalha bem resolvida, ela confessa que se sentiu culpada. A
ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, passou seis meses afastada do
trabalho e quando deixou João Augusto no berçário pela primeira vez,
desmoronou. “Passei por todos os dramas, chorei, me perguntei o que estava
fazendo, enfim...” Foi difícil. Como foi para a estilista Fernanda Franken,
que, após quatro meses de licença quando Davi nasceu, trabalhou quase um ano e
decidiu que era hora de trocar de emprego. Pediu demissão da empresa e acabou
montando, aos poucos e no seu tempo, sua própria confecção, em casa.
Se a grande maioria das mães que trabalha fora se
sente culpada e queria mais tempo ao lado dos filhos, é na hora de deixar o
bebê pela primeira vez e retornar ao emprego que essa culpa atinge seu ápice.
OK, a gente sabia que esse momento chegaria – a pesquisa que CRESCER fez com
5.009 mulheres que são mães e profissionais revelou que 56% delas levaram em
conta a carreira quando decidiram engravidar, mas mostrou também que 72% sentem
culpa justamente por trabalhar fora. Afinal, por que a gente se sente assim?
Se formos simplificar bem, ficamos
culpadas porque ainda temos como ideal o modelo antigo da maternidade, no qual
a mulher cuidava da casa e dos filhos (e de si mesma) de maneira impecável e
estava sempre muito perto da perfeição. Por querermos, hoje, atingir essa
perfeição e ainda ter uma carreira de sucesso (afinal, se a Angelina Jolie dá
conta...), nos sentimos sobrecarregadas, muitas vezes exaustas e, a cada dia,
vamos acumulando funções. Claro que, ao tentar cumprir todos esses papéis,
descobrimos que vivemos sem tempo e, infelizmente, não dá para esticá-lo.
Então, cansadas e culpadas, se alguém nos perguntar,
de imediato, se queremos deixar de trabalhar, a resposta tende a ser sim! Mas,
poucos minutos depois, a gente pensa melhor e descobre que talvez não seria
feliz se não trabalhasse fora. Assim como não gostaríamos nem um pouco se
nossos filhos acordassem de madrugada choramingando “papai, vem aqui...”, em
vez de “mamãe”. É, somos geralmente mais rápidas, eficientes, organizadas,
etc., etc., etc. (pesquisa da Universidade Tufts, nos EUA, mostrou que o
comportamento maternal estimula a criação de novos neurônios em fêmeas de
ovelhas e que o mesmo pode ocorrer em seres humanos!), mas também somos
controladoras e gostamos desse “poder” que temos de sermos mães, profissionais
e mulheres independentes. Ufa! Quanta coisa em um parágrafo, não é? Vamos por
partes.
Um estudo da Universidade de Londres, no Reino Unido,
mostrou que ter uma mãe que trabalha fora não traz nenhum prejuízo social ou
emocional para as crianças, pelo contrário: elas se saem melhor socialmente
quando ambos os pais têm um emprego
42% acham que a maternidade
trouxe benefício
para a vida profissional
Fonte: Lia Nagel; UOL, RevistaCrescer


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