
Quimicamente, a depressão é causada por um defeito nos neurotransmissores responsáveis pela produção de hormônios como a serotonina e endorfina, que nos dão a sensação de conforto, prazer e bem-estar. Quando há algum problema nesses neurotransmissores, a pessoa começa a apresentar sintomas como desânimo, tristeza, autoflagelação, perda do interesse sexual, falta de energia para atividades simples.
Em geral, em algum momento de suas vidas, uma em cada cinco pessoas experimentará pelo menos um episódio depressivo. Mas Sílvia Ivancko explica que, embora trate-se de um distúrbio químico, a depressão sempre tem, em sua raiz, algum motivo psicológico. Assim, seu tratamento inclui, necessariamente, a psicoterapia. "O remédio ajuda muito, mas ele não é eterno. Se a causa primeira não for tratada, a depressão voltará".
Fonte: Laura Cánepa/Redação Terra
Tristeza ou depressão: como distinguir?
De maneira geral, a depressão é a tristeza que não passa, e que muitas vezes parece não ter um motivo definido. "É perfeitamente natural que, em momentos de grande tristeza, as pessoas sintam um grande desânimo diante da vida. O problema é que, muitas vezes, a tristeza pela morte de alguém querido, pelo fim de um relacionamento, pela perda de um emprego, não passa. Normalmente, a tristeza é vencida depois de um período de luto, e a vida recomeça. Mas, quando ela não vai embora, pode estar encobrindo uma depressão. Se uma pessoa percebe que está com muita dificuldade para vencer o sofrimento, deve procurar auxílio médico o quanto antes", alerta a psicoterapeuta Sílvia Ivancko.
Embora os sintomas da depressão variem muito, alguns são comuns a quase todas as pessoas que sofrem deste mal. Veja quais são:
Redação Terra
Como tratar a depressão?
Foi-se o tempo em que a depressão (antes chamada simplesmente de "melancolia") era vista como condição inerente a alguns indivíduos. Hoje, embora muitos estudiosos pesquisem as causas genéticas e sociais da depressão, todos reconhecem que se trata de uma doença tratável.
De acordo com a psiquiatra norte-americana Elaine Shlmberg, autora deDepression: What Families Should Know (Depressão: O que as Familias Devem Saber), um dos maiores empecilhos para o diagnóstico e o tratamento da depressão são as pessoas que pertencem à famlia do doente. Por ser muito doloroso reconhecer que uma pessoa querida está sofrendo verdadeiramente, a famíla costuma fazer vista grossa, culpando o deprimido ou aos seus amigos pelo desânimo, e tenta cobrar dele algo que ele não pode dar. O problema é que, ao fazer isso, na verdade, a família impede o doente de procurar a ajuda que, na maioria das vezes, estará fora da família.
A psicoterapeuta Sílvia Invancko explica que a compreensão da depressão é um dos momentos mais difíceis do tratamento, tanto para o doente quanto para as pessoas que convivem com seu sofrimento. "Mas, sem tratamento, mesmo que o problema pareça ter passado, ele tende a voltar cada vez pior. É fundamental que se aceite a existência da doença e se assuma a responsabilidade por tratá-la de maneira adequada, mesmo que isso implique mudanças de comportamento por parte de todos os envolvidos".
A boa notícia é que a medicação contra a depressão apresenta bons resultados, e muitas vezes ela sequer é necessária. E não é difícil buscar tratamento: "Todas as faculdades de psicologia e de medicina do Brasil oferecem atendimento gratuito e de qualidade para este e outros problemas". Sílvia também destaca que "essa história de que a depressão é doença de rico é mentira. Esta é uma doença que não escolhe idade, sexo ou posição social. Todos estão sujeitos, e muitos sofrem sem necessidade, simplesmente por não saberem que estão doentes."
Como entender a doença?
"Ficar tentando descobrir se a depressão é desencadeada, primariamente, por motivos químicos ou psicológicos, é o mesmo que perguntar se o ovo veio antes da galinha. Na verdade, tanto a química cerebral altera nossas emoções quanto é alterada por elas", afirma a psicoterapeuta Sílvia Ivancko.
Ela também explica que existem dois tipos básicos de depressão: a reativa, isto é, aquela provocada por um grande sofrimento ou trauma, e asistêmica ou crônica, isto é, aquela que surge, aparentemente, sem motivo.
"Mas, em geral, mesmo não seja óbvia nem aparente, há alguma causa psicológica na raiz de uma depressão. Muitas vezes, a pessoa nem lembra o motivo, mas, na terapia, acaba identificando a causa e encontrando o caminbo da cura. Além disso, também é preciso reconhecer que as pessoas têm níveis diferentes de resistência ao sofrimento".
O entendimento de como as doenças se instalam no organismo ainda é, em certo sentido, um mistério. E, no caso da depressão, esta questão é ainda mais difícil, pois trata-se de uma doença que está no limiar entre o físico e o mental. "Acredito que a compreensão da depressão passe pela aceitação do fato de que não há como separar o corpo da mente", conclui Sílvia.
Fonte: Redação Terra
Dicas para reconhecer alguns sinais da depressão:
1) Reconheça os sinais precoces é importante reconhecer e tratar a depressão o mais precoce quanto possível, o que diminuirá os riscos de você deprimir novamente. Se você fingir que o problema não está ocorrendo, provavelmente você se sentirá pior. Você precisa observar os tipos de eventos que contribuíram para a depressão no passado e ficar alerta aos sintomas precoces.
2) Estabeleça objetivos possíveis você pode se sentir esgotado pelas mínimas coisas que fizer em casa ou no trabalho. Não seja durona com você. Lembre-se que a depressão é uma doença e que você não deve extrapolar além das suas possibilidades. Mantenha o foco em metas objetivas, pequenas, realísticas e alcançáveis e assim você vai facilitar a sua volta as rotinas em casa, com a família e no trabalho.
3) Faça o que gostar tire um tempo para fazer coisas que goste. Reúna-se com amigos. Caminhe. Vá ao cinema. Jogue um jogo que você já não joga há anos.
4) Não tome decisões importantes uma vez que a depressão pode distorcer a sua interpretação das coisas, é mais prudente não tomar nenhuma decisão importante nesse momento, como pedir demissão do emprego, ou se mudar, etc., até você melhorar da depressão.
5) Não beba apesar de você achar que o álcool pode fazê-lo se sentir melhor, o álcool pode piorar muito a sua depressão. Pessoas deprimidas estão em alto risco de se envolver em abuso de álcool ou de outras substâncias psicoativas e o álcool interage com os antidepressivos.
6) Faça exercícios existem cada vez mais evidências que o exercício ajuda na depressão leve ou moderada. Encontre uma atividade que você goste, comece devagar e repita três vezes na semana, por 20 a 30 minutos.
O que é DEPRESSÃO: É doença, tem tratamento e atinge em torno de 24 milhões de pessoas na América Latina e Caribe. Um em cada quatro deprimidos procura ajuda.
Bem diferente da tristeza ou do baixo astral, a depressão é o resultado de uma alteração da ação de neurotransmissores no cérebro. É uma doença com sintomas bem específicos e pode ser caracterizada quando estes perduram por no mínimo duas semanas.
NÚMEROS |
Para 1 homem, 2 mulheres
sofrem de depressão.
40% a 60%
dos casos de suicídio têm estreita relação com a doença.
Homens depressivos morrem 4 vezes mais por suicídio que
mulheres (apesar de elas cometerem mais tentativas).
A depressão tem início entre 15 e 24 anos.
CAUSAS DA DOENÇA |
A depressão pode ter causas apenas endógenas. É como se tudo levassse à alegria, mas, mesmo assim, o indivíduo está deprimido. Entretanto, muitas vezes, o mal é desencadeado por fatores como:
- Estresse agudo
- Morte de um ente querido
- Doença grave
NEUROTRANSMISSORES |
São as substâncias responsáveis pelas trocas de informações do Sistema Nervoso Central (SNC). É graças aos neurotransmissores que temos emoções, sentimos prazer etc. Veja quais são os neurotransmissores que influenciam na depressão e como eles atuam e se relacionam.
Fonte: Hospital Santa Lúcia
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